A publicação do edital para o novo concurso de serventuário do TJRJ revela um dado que deveria preocupar a Administração do MPRJ e vem gerando apreensão entre os colegas. Com os avanços conquistados pelos servidores do TJRJ nos últimos anos, como a reestruturação da carreira, a criação do Adicional de Qualificação e o reajuste de benefícios, a carreira tornou-se mais atrativa do ponto de vista financeiro, especialmente no início.
Desde 2022, o que se observa é uma estagnação nas carreiras dos servidores efetivos do MPRJ, enquanto o TJRJ, ano após ano, anuncia novas conquistas relevantes.
Além do sentimento de desprestígio entre os servidores do MPRJ, a consequência mais imediata desse processo é a perda de preferência entre as carreiras do sistema de justiça. Ao longo das últimas décadas, era comum que servidores do TJRJ buscassem aprovação no MPRJ, especialmente devido ao travamento da evolução na carreira de serventuário do tribunal. Com a reestruturação, é questão de tempo para que esse fluxo se inverta.
“Para quem está na carreira há mais tempo, ela é muito mais vantajosa neste momento. Porém, para os novos servidores, abre-se uma concorrência forte, uma vez que são carreiras muito similares do ponto de vista do conteúdo dos concursos. O TJRJ anunciou seu novo concurso recentemente e deve convocar uma grande quantidade de servidores em 2026. Para os novos servidores e aprovados no concurso do MPRJ, manter os estudos para o TJRJ representa um custo de oportunidade atrativo”, ressalta Vinicius Zanata, presidente do SINDSEMP-RJ.
Para 2026, há promessas do Procurador-Geral de Justiça de implementar melhorias nos benefícios que podem reequilibrar a balança em favor dos servidores do MPRJ. No entanto, é consenso a necessidade de uma reestruturação das carreiras do MPRJ que devolva protagonismo às carreiras dos servidores efetivos dos serviços auxiliares da instituição.